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quinta-feira, 1 de abril de 2010

Amor, Fé e Política.

Foram temas do seminário que aconteceu em Eunápolis por iniciativa do Empresário Geovaldo junto com a Igreja Católica. Durou três dias e contou as participações dentre outras, do Vereador Lucas Leite.


Foi estudada a Doutrina Social Cristã e Política, mediada pelo professor Cezar Saldanha Souza Junior, que nos chamou a prestar atenção em pontos importantes na vida de cada um de nós, que vê a política como “coisa que não presta” ou de “gente sem escrúpulos”, afastando pessoas de bem na participação efetiva da vida política da comunidade.

Ressaltou o Professor que a política tem sempre a ver com a sociedade e com a vida cotidiana das pessoas, com os salários, com o preço das mercadorias, com as prestações da casa própria, com o sistema escolar. A política é a busca comum do bem comum.

Nada do que é social está fora da política. É a política que organiza a forma como vivemos juntos, produzimos e distribuímos os bens e os serviços.

Em nível concreto, fé e política se encontram juntas na vida das pessoas. Mas, a fé transcende a política. Nenhuma política social ou, nenhum partido ou estado podem prometer uma sociedade justa e fraterna e ao mesmo tempo a vida eterna, a vida sem fim e feliz por todo o sempre. A fé não é somente boa ao nos apresentar uma promessa, é boa também para inspirar uma sociedade humana, justa e tolerante.

Do evangelho não se tiram lições de como dar apoio a um determinado partido ou de como votar, nem quanto deve ser o salário mínimo. O evangelho não oferece soluções, mas inspirações, orientações, para que se possa escolher bem, e para isso precisam-se de ferramentas adequadas de análise da realidade social, de movimentos e instituições, partidos e programas que permitem dar corpo à fé como prática de fé concreta.


Uma sociedade fechada em si mesma, sem referência para cima, para uma vida que continua para além desta, pode perder o horizonte utópico, a esperança necessária face às tragédias históricas, aos problemas humanos, muitos deles, de difícil solução, no quadro comum da história.

A religião quer vida plena antes da morte e ajuda a superar a insensibilidade e a desesperança face ao futuro e face ao que podemos esperar depois desta vida.

Reza o Catecismo, que a sociedade política é um conjunto de pessoas ligadas de maneira orgânica por um principio de unidade que ultrapassa cada uma delas. Assembléia ao mesmo tempo visível e espiritual, uma sociedade perdura no tempo; ela recolhe o passado e prepara o futuro. (catecismo, n. 1880).

Na mesma linha, é a partilha de vida e de valores que é fonte de comunhão no âmbito espiritual e moral de um povo. E acima de tudo há de se considerar a convivência humana como realidade eminentemente espiritual.

O significado profundo da convivência civil e política não emerge imediatamente do elenco dos direitos e deveres da pessoa. Tal convivência só adquire todo seu significado se for baseado na amizade civil e na fraternidade (...) o campo da amizade é do desinteresse, do desprendimento dos bens materiais da sua doação, da disponibilidade interior às exigências do outro.

A amizade civil assim entendida é a atuação mais autentica do principio da fraternidade, que é inseparável do principio da liberdade e da igualdade. Trata-se de um principio que permaneceu em grande parte não realizado nas sociedades políticas modernas e contemporâneas, sobretudo por causa da influencia exercida pelas ideologias individualistas e coletivistas.

O preceito evangélico da caridade ilumina os cristãos sobre o significado mais profundo da convivência política. Para torná-la verdadeiramente humana, nada melhor do que desenvolver o sentido de justiça, de benevolência e de serviço do bem comum. (Compendio,n.386)





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